O Banco Central divulgou nesta semana que o investimento estrangeiro direto no Brasil atingiu um patamar histórico em 2024, chegando a 46,6% do PIB. O dado, considerado um recorde da série histórica, foi interpretado por analistas como reflexo do chamado “efeito Lula”, com melhora da confiança e maior atração de capitais externos sob o atual governo.
De acordo com o levantamento, o estoque total de investimentos estrangeiros chegou a US$ 1,141 trilhão. Apesar de, em valores absolutos, o montante de 2023 ter sido superior (US$ 1,3 trilhão), a proporção em relação ao PIB em 2024 foi a mais alta já registrada. O Banco Central destaca que a depreciação do real influenciou essa diferença nominal.
Principais números
US$ 884,8 bilhões correspondem a participações no capital social de empresas brasileiras.
US$ 256,4 bilhões se referem a operações intercompanhia, como empréstimos entre empresas afiliadas.
Os principais investidores são Estados Unidos, França, Uruguai, Espanha e Países Baixos.
Setores mais atrativos: serviços financeiros, comércio, energia elétrica e extração de petróleo.
Impacto na economia
Segundo o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, o investimento direto tem caráter produtivo, ampliando a capacidade instalada das empresas e contribuindo para o aumento da produtividade no país.
O governo Lula tem defendido que o Brasil voltou a ser visto como destino seguro e estratégico para investimentos de longo prazo, fator que pode gerar mais empregos, crescimento econômico e inovação tecnológica.
O desafio
Especialistas ressaltam, no entanto, que a continuidade desse fluxo depende da estabilidade política e macroeconômica, além de avanços em infraestrutura e segurança jurídica. O recorde mostra um cenário positivo, mas a manutenção desse ritmo exigirá políticas consistentes e previsibilidade para investidores estrangeiros.
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