A Polícia da República de Moçambique (PRM) anunciou, esta quarta-feira, a detenção de 17 garimpeiros ilegais, liderados por um cidadão de nacionalidade chinesa, acusados de explorar e acumular mais de 200 toneladas de fluorite na província de Manica.
Segundo a porta-voz da PRM em Manica, Eunice Faustino, a operação foi realizada em coordenação com a PRM da província de Tete e resultou no desmantelamento de um estaleiro localizado no distrito de Guro, que funcionava como base de armazenamento e preparação do minério para exportação.
“A operação culminou com a neutralização de um estaleiro pertencente a um cidadão chinês. Foram apreendidas mais de 200 toneladas de fluorite, que se destinavam a ser exportadas para a China através do porto da Beira, em Sofala”, explicou Faustino.
Suspeito nega ilegalidade
O cidadão chinês, apontado como líder do grupo, negou as acusações, alegando possuir licença para exploração do recurso mineral há pelo menos quatro meses. No entanto, as autoridades não confirmaram a existência do referido documento e mantêm o caso sob investigação.
Risco de mortes no garimpo ilegal
A província de Manica tem sido palco de trágicos acidentes relacionados com o garimpo ilegal. Desde janeiro, pelo menos 20 pessoas perderam a vida em desabamentos de minas artesanais, de acordo com dados oficiais. As autoridades alertam que a exploração descontrolada continua a pôr em risco vidas humanas e a comprometer os recursos naturais do país.
Próximos passos
Os 17 detidos deverão ser apresentados ao Ministério Público nos próximos dias, enquanto prosseguem as investigações para apurar a autenticidade da alegada licença e eventuais cúmplices no esquema de extração e exportação da fluorite.
A PRM reforçou o compromisso de continuar a combater o garimpo ilegal, que além de provocar perdas para o Estado, ameaça a segurança das comunidades locais e a preservação ambiental.

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