A China reduziu a zero as importações de soja dos Estados Unidos em setembro, numa medida considerada um ultimato comercial contra as tarifas impostas por Washington. A decisão foi revelada em reportagem da CNN Brasil, destacando que Pequim só deve retomar as compras se houver recuo das taxas.
Pressão direta sobre os EUA
O gesto chinês atinge em cheio o setor agrícola americano, altamente dependente do mercado asiático. Em 2024, as vendas de soja para a China renderam mais de US$ 12 bilhões, mas a ruptura agora deixa produtores sem saída imediata, com estoques acumulados e risco de falência.
Promessas e desconfiança
O ex-presidente Donald Trump prometeu que os agricultores seriam compensados com recursos arrecadados das tarifas sobre produtos chineses. No entanto, associações de produtores afirmam não enxergar benefícios práticos. John Boyd Jr., líder da Associação Nacional de Agricultores Negros, declarou que os auxílios “não chegam a quem mais precisa”.
China mira alternativas
Enquanto pressiona Washington, Pequim amplia importações de soja de outros fornecedores, como Brasil e Argentina, fortalecendo parcerias e reduzindo a dependência dos Estados Unidos. Essa movimentação pode consolidar novos fluxos comerciais no setor agrícola global.
Impactos e cenários
Agricultores americanos: enfrentam custos extras com armazenagem e risco de quebra.
Mercado global: Brasil e Argentina devem ganhar espaço como principais fornecedores.
Diplomacia comercial: a medida mostra que Pequim usa seu peso econômico para influenciar decisões políticas em Washington.
A suspensão das compras expõe a fragilidade da dependência de mercados únicos e abre mais um capítulo da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.
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