O músico e empresário Vagner Borges Dias, conhecido como Latrell Brito e apelidado de “pagodeiro do PCC”, foi condenado pela Justiça de São Paulo a 30 anos de prisão em regime fechado por envolvimento em um esquema de fraudes em licitações, corrupção e lavagem de dinheiro na Grande São Paulo.
Esquema milionário
Segundo as investigações do Ministério Público, o grupo controlado por Latrell utilizava empresas de fachada para simular concorrência em contratos públicos, direcionando licitações e eliminando concorrentes legítimos.
O esquema teria movimentado mais de R$ 200 milhões, envolvendo políticos, servidores e empresários cúmplices.
Além de Vagner, outras figuras também foram condenadas:
Gabriel dos Santos (ex-presidente da Câmara de Arujá): 28 anos, 7 meses e 18 dias;
Jesus Cristian Ermendel dos Reis (servidor da Câmara): cerca de 16 anos;
Antônio Carlos de Morais (empresário): 14 anos;
Wellington Costa (empresário): 12 anos;
Leanide Andrade Reis (tesoureira): 16 anos e 6 meses;
Joyce da Silva Caetano (laranja): 5 anos.
Outro réu, Wagner Sandim da Silva, teve pena extinta por já estar falecido.
Relação com o PCC
Interceptações telefônicas revelaram que Latrell citava termos ligados ao crime organizado, como o “Quadro dos 14” e o chamado “tribunal do crime”. Para o Ministério Público, isso reforça a ligação dele com o Primeiro Comando da Capital (PCC).
Apesar disso, o músico nega qualquer envolvimento com a facção criminosa.
Histórico de prisões e condenações
Latrell já era conhecido das autoridades:
Em janeiro deste ano, foi preso na Bahia com documento falso, após nove meses foragido;
Em Mogi das Cruzes, já havia sido condenado a 26 anos e 8 meses em outro processo de fraude em licitações;
Também é investigado por participação em irregularidades no pregão eletrônico da Prefeitura de Ferraz de Vasconcelos.
Impacto do caso
O julgamento expôs como organizações criminosas se infiltram em estruturas do poder público, utilizando contratos e licitações como forma de financiar suas operações.
A condenação é vista como um avanço no combate à corrupção e ao crime organizado, mas especialistas alertam que ainda há falhas graves de fiscalização e controle nos municípios.
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