ONU alerta para queda de 15% na ajuda humanitária em Cabo Delgado

 

A Organização das Nações Unidas (ONU) alertou para uma redução significativa na assistência humanitária destinada à província de Cabo Delgado, que registou uma queda de 15% em 2025.

Segundo o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), até ao final de julho cerca de 782 mil pessoas receberam algum tipo de apoio, contra 923 mil no mesmo período de 2024.

Grande parte da ajuda foi providenciada pelo Grupo de Segurança Alimentar e Meios de Subsistência, que alcançou as mesmas 782 mil pessoas, mas com distribuições apenas bimestrais, cobrindo 39% das necessidades calóricas. Sem a componente alimentar, o número de beneficiários cai drasticamente para 427 mil.

O financiamento também sofreu uma quebra acentuada: foram mobilizados apenas 66 milhões de dólares, perante uma necessidade estimada em 352 milhões de dólares. Este valor representa uma redução de quase 45% em relação a 2024.

Outro ponto preocupante é a diminuição no número de organizações envolvidas, que passou de 78 para 56, incluindo 26 ONG internacionais, 21 nacionais, seis entidades governamentais e três agências da ONU. Atualmente, as ONG moçambicanas e instituições do governo respondem por quase metade das operações no terreno.

Diante das limitações, o Plano de Ação para o Desenvolvimento Sustentável de 2025 foi “hiper priorizado” em março, com maior foco nos distritos de Macomia, Muidumbe, Nangade e Quissanga. Ainda assim, a ONU destaca que a ajuda continua fortemente concentrada na área alimentar, enquanto setores essenciais como abrigo, saúde, higiene e proteção permanecem gravemente carentes.

👉 A crise humanitária em Cabo Delgado continua a desafiar a comunidade internacional, exigindo maior mobilização de recursos e diversificação da assistência para atender às necessidades urgentes da população afetada pelo conflito e pela insegurança.

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