A governadora da província de Gaza, Margarida Mapadzene, encontra-se novamente no centro de graves denúncias que apontam para corrupção, favorecimento de familiares e má gestão do erário público. Segundo o jornal Visão Moçambique, contratos avaliados em milhões de meticais para obras públicas, incluindo a construção de salas de aula, foram atribuídos a empresas ligadas a parentes da governadora, resultando em empreitadas abandonadas e de fraca qualidade.
Uma das empresas mencionadas, alegadamente controlada pela filha de um empreiteiro identificado apenas como “Xai-Xai”, terá sido beneficiária de múltiplos concursos públicos. Empreiteiros locais garantem que este esquema é amplamente conhecido, mas afirmam que denunciar tais práticas se tornou impossível devido à alegada interferência direta da governadora.
“Durante a recente visita do Presidente da República à província, alguns empreiteiros tentaram expor estas irregularidades numa reunião, mas foram impedidos de falar”, revelou uma fonte ao Visão Moçambique.
As acusações não se limitam à gestão de contratos públicos. A atual diretora provincial da Juventude e Desporto é prima de Mapadzene, reforçando perceções de nepotismo e exclusão de quadros fora do círculo político da Frelimo e de familiares próximos da governadora. Além disso, relatos indicam que, nos últimos cinco anos, cinco diretores do gabinete da governadora foram nomeados e exonerados por divergirem da sua forma de gestão, classificada como autoritária e prejudicial ao desenvolvimento da província.
O caso levanta sérias questões sobre a transparência na administração pública em Gaza e coloca em alerta a população local, que teme pelo futuro da gestão dos recursos sob a liderança de Margarida Mapadzene.
0 Comentários