Depoente nega apelido e diz ser "empreendedor nato" em sessão da CPI

 

Durante sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, apontado como o “Careca do INSS”, negou envolvimento com o esquema e afirmou ser apenas um “empreendedor nato”. Segundo ele, o apelido que ganhou notoriedade na imprensa e entre investigadores não passa de um “personagem fictício”.

Antunes foi preso pela Polícia Federal no início de setembro, acusado de ser uma das peças centrais no esquema que teria desviado valores bilionários de aposentados e pensionistas por meio de associações e entidades de fachada. Mesmo diante das acusações, ele manteve a versão de que atua no setor de serviços de forma legítima e que não reconhece a alcunha pela qual é citado nas investigações.

A oitiva foi marcada por tensão. Questionado pelo relator, deputado Alfredo Gaspar, o depoente chegou a permanecer em silêncio em alguns momentos, alegando o direito de não se autoincriminar. O advogado de defesa também contestou a forma de condução das perguntas, pedindo respeito às garantias legais do cliente.

Parlamentares rebateram as declarações, lembrando que documentos e relatos colhidos pela investigação vinculam diretamente o apelido “Careca do INSS” a Antunes. Para a CPI, o depoimento reforça a necessidade de aprofundar as diligências, com quebras de sigilo e novas convocações.

O relatório final da comissão deve apontar responsabilidades e encaminhar os indícios de crime ao Ministério Público e à Justiça. Até lá, a estratégia de defesa de Antunes, de negar a identidade associada ao apelido, deve continuar sendo alvo de debates entre os membros da CPI.

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