Camponeses da zona de KaMavota, na cidade de Maputo, estão a enfrentar sérias dificuldades provocadas pelo escoamento descontrolado de águas da bacia do Sentinhama. A água, que deveria ser canalizada para o mar, está a atravessar áreas agrícolas no bairro das Mahotas, resultando na inundação de diversas machambas e na destruição parcial das plantações.
A associação de camponeses Joaquim Chissano é uma das mais prejudicadas. Segundo relatos feitos à televisão Miramar, a situação está a comprometer severamente a produção agrícola e o sustento de dezenas de famílias. Os campos encontram-se alagados, impossibilitando o cultivo normal e levando à perda de diversos produtos, numa altura crítica da safra.
Perante os prejuízos acumulados, os agricultores deslocaram-se recentemente à administração do distrito municipal KaMavota, onde exigiram uma intervenção urgente. Os produtores pedem que seja revisto o trajeto do escoamento da água, de forma a evitar que continue a passar pelas zonas de cultivo, agravando ainda mais os danos.
Enquanto aguardam uma resposta das autoridades, muitos agricultores estão a limitar-se a produzir em pequena escala, tentando preservar parte do que ainda é possível. Contudo, alertam que, se a situação persistir, a produção poderá ser completamente comprometida, colocando em risco a segurança alimentar local e a própria subsistência das famílias que dependem da agricultura.
A falta de soluções estruturais para o escoamento da bacia do Sentinhama levanta também questões sobre o planeamento urbano e a necessidade de políticas mais eficazes para proteger as zonas agrícolas nas periferias da cidade.