Matola, 15 de Junho de 2025 — A Polícia da República de Moçambique (PRM) confirmou, neste domingo, que Carlos Rafael Zandamela, brutalmente assassinado no bairro de Nkobe, era efetivamente um dos seus membros e ocupava um cargo de chefia na Unidade de Intervenção Rápida (UIR). A revelação vem colocar um ponto final nas dúvidas levantadas por informações que circulavam nas redes sociais e em alguns meios de comunicação.
Segundo um comunicado oficial emitido pelo Comando-Geral da PRM, Zandamela exercia funções como chefe da Repartição de Reconhecimento da UIR, o que o colocava numa posição de destaque dentro da estrutura policial. A nota chega quatro dias após o homicídio que abalou o município da Matola, caracterizado por mais de 40 disparos de arma de fogo contra a vítima, num ato considerado por muitos como uma execução.
A PRM repudiou veementemente as alegações de que o seu porta-voz em Maputo teria negado o vínculo de Zandamela com a corporação. “O porta-voz limitou-se a informar que decorriam investigações para confirmar a identidade da vítima e os detalhes do ocorrido”, esclarece o documento, criticando o que classifica como “deturpações e manipulações” da comunicação oficial.
O assassinato de Zandamela causou comoção tanto entre os colegas da corporação como entre os cidadãos, pela violência do ato e pela ausência, até ao momento, de detenções conhecidas. As autoridades garantem que o caso está a ser tratado com máxima prioridade e prometem apurar os factos até às últimas consequências.
Fontes policiais indicam que estão em curso diligências intensas para identificar os responsáveis pelo ataque, que ocorreu em plena via pública e em circunstâncias que sugerem premeditação. O número elevado de disparos indica uma ação rápida, coordenada e com intenção clara de eliminar o alvo.
Carlos Rafael Zandamela era conhecido por seu profissionalismo dentro da UIR e a sua morte deixa um vazio significativo no seio da corporação. O caso também reacende o debate sobre a segurança dos próprios membros das forças de defesa e segurança, bem como a ousadia crescente de grupos armados e redes criminosas.
Enquanto o país aguarda por respostas concretas, a PRM apela à calma e à colaboração da sociedade, sublinhando a importância de combater a desinformação e de confiar nos canais oficiais para obter informações precisas e credíveis.
O mistério em torno do assassinato de Zandamela permanece, mas uma coisa é certa: o silêncio não durará para sempre.