Tragédia em Maputo: Jovem Assassinado em Frente à Esquadra da Polícia Durante Greve de Chapeiros


Cidade de Maputo, Moçambique — Uma greve de transportes na rota Zimpeto–Costa do Sol terminou de forma trágica com a morte brutal de um cidadão de 41 anos, assassinado em plena luz do dia e a poucos metros de uma esquadra da Polícia da República de Moçambique (PRM).
O incidente ocorreu na última semana, no auge da paralisação dos transportadores semi-colectivos, popularmente conhecidos como “chapeiros”. A vítima, um jovem trabalhador que regressava do seu turno às 8h da manhã, foi convocado por um conhecido para auxiliar dezenas de passageiros que aguardavam transporte há horas, devido à greve que paralisou uma das rotas mais movimentadas da capital.
Conduzindo uma minibus própria, o homem tentou prestar socorro às pessoas, mas acabou sendo interpelado por um grupo de chapeiros e “modjeiros” enfurecidos. Em pânico, ele dirigiu-se para a esquadra de polícia mais próxima, na esperança de encontrar refúgio. Contudo, ali mesmo, a tragédia aconteceu: foi perseguido até à entrada da unidade policial e, de acordo com testemunhas, supostamente esfaqueado mortalmente por indivíduos ainda não identificados.
A dor da família é agravada pela incerteza. Segundo os familiares da vítima, que se encontram em choque, ainda não está claro qual foi exatamente o instrumento que ceifou a vida do seu ente querido. Durante o tumulto, os agentes da PRM tentaram dispersar a multidão com disparos para o ar, o que levanta a dúvida se, além das facadas, a vítima poderia também ter sido atingida por bala perdida.
Em lágrimas, a viúva e os parentes clamam por justiça e exigem respostas das autoridades sobre a verdadeira causa da morte. “Ele não era chapeiro, apenas quis ajudar. Agora deixa quatro filhos e uma mulher desamparada”, disse um irmão da vítima.
A indignação popular cresce nas redes sociais e nas comunidades locais, com cidadãos a questionarem como um crime tão brutal pôde acontecer à porta de uma esquadra policial, sem intervenção eficaz.
Até o momento, a Polícia ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso nem confirmou se houve detenções relacionadas ao homicídio. A sociedade civil e organizações de direitos humanos já começaram a pressionar por uma investigação imparcial e rigorosa.
Este episódio trágico reacende o debate sobre a segurança pública, o papel da polícia e o ambiente de tensão que se vive nos transportes urbanos em Maputo, especialmente em momentos de greve e instabilidade.
A família da vítima espera agora por respostas, justiça e apoio das autoridades, num momento marcado pela dor, revolta e luto profundo.

Enviar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem