Maputo, 21 de Junho de 2025 — Um cidadão de nacionalidade libanesa, proprietário da conhecida farmácia Avicenna, foi raptado na manhã deste sábado, por volta das 8h30, na movimentada avenida Vladimir Lenine, na Cidade de Maputo. O sequestro ocorreu à luz do dia e diante de várias testemunhas, num episódio que volta a trazer à tona o espectro da criminalidade violenta na capital moçambicana.
De acordo com relatos no local, o cidadão foi interpelado por quatro indivíduos fortemente armados, que circulavam numa viatura ligeira de cor preta. A vítima foi rapidamente forçada a entrar no veículo, que arrancou em alta velocidade em direção à zona baixa da cidade. Algumas fontes indicam que havia mais indivíduos dentro do carro, o que levanta suspeitas sobre a possível atuação de um grupo organizado.
Fontes próximas ao caso informaram que os raptores estavam munidos de armas do tipo AK-47, armamento de uso exclusivo das Forças de Defesa e Segurança (FDS) da República de Moçambique, o que agrava ainda mais a gravidade do incidente e levanta sérias preocupações sobre o possível desvio ou circulação ilegal deste tipo de equipamento bélico.
Até ao momento, não foram emitidas declarações oficiais por parte da Polícia da República de Moçambique (PRM), mas uma equipa de investigação já se deslocou ao local para recolha de indícios e audição de testemunhas oculares. As autoridades prometem apurar a verdade por detrás deste crime audacioso.
Este novo caso de rapto surge poucos dias após outro episódio semelhante, envolvendo um menor de apenas oito anos de idade, que havia sido sequestrado por um grupo onde se encontrava o seu ex-motorista. A criança foi abandonada na zona de Marracuene após os raptores exigirem à família um resgate de seis milhões de Meticais. Felizmente, o grupo foi detido dias depois pela polícia.
A sequência de raptos em Maputo volta a acender o alerta quanto à atuação de redes criminosas especializadas, e reacende o debate público sobre a eficácia das medidas de segurança e combate ao crime organizado no país. A população exige respostas e medidas concretas para conter a onda de sequestros, que afeta principalmente empresários e cidadãos estrangeiros.
Enquanto isso, familiares, colegas e a comunidade libanesa local aguardam com angústia por atualizações e pelo regresso em segurança do empresário desaparecido.