Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), Moçambique possui cerca de 14,7 milhões de crianças com idades entre 0 e 14 anos, o que significa que mais de 4 milhões de crianças a mais foram vacinadas, de acordo com os dados divulgados pelo MISAU. Esta discrepância tem gerado grande repercussão nas redes sociais, com cidadãos, académicos e analistas a questionarem a confiabilidade dos números apresentados.
A possível duplicação de registos, inclusão de crianças de países vizinhos, repetição de doses ou falhas nos sistemas de recolha e contagem são algumas das hipóteses levantadas por especialistas para explicar a diferença. O MISAU, por sua vez, ainda não apresentou um esclarecimento detalhado sobre os critérios usados na contagem ou como se chegou ao número final divulgado.
Muitos moçambicanos têm apelado por maior rigor estatístico e transparência nas campanhas nacionais de vacinação, alertando que falhas desse tipo podem comprometer a credibilidade das instituições e afetar o planeamento de futuras intervenções de saúde pública.
Apesar da controvérsia, a campanha em si é vista como um esforço crucial para proteger as crianças moçambicanas contra a poliomielite, uma doença altamente contagiosa e que ainda representa ameaça em alguns contextos africanos. Especialistas em saúde pública reforçam que, independentemente dos números exatos, o impacto de uma campanha abrangente é sempre positivo, mas sublinham que é necessário melhorar os mecanismos de registo e monitoramento.
O MISAU prometeu apresentar detalhes adicionais nos próximos dias, de forma a esclarecer os dados e garantir maior confiança pública nas estatísticas divulgadas.
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