Nacala-Porto, Moçambique – 13 de Junho de 2025
Agira Martins, de 30 anos, vive atualmente um dos momentos mais desafiadores da sua vida. Residente no bairro de Ontupaia, junto ao mercado 1 de Junho, no distrito de Nacala-Porto, Agira deu à luz trigémeos no passado dia 25 de Maio, no Hospital Distrital de Nacala, conhecido localmente como CETA. A felicidade da maternidade, no entanto, foi rapidamente ensombrada pelo abandono do seu companheiro, que desapareceu ao saber da chegada dos três bebés.
“Esses três bebés são meus filhos. Nasceram em Maio, foi um parto normal. Mas quando voltei para casa, o pai das crianças já não estava – ele fugiu. Agora vivo sozinha nesta casa precária feita de sacos, depois que a minha casa foi destruída pelo ciclone. Peço ajuda ao governo e a pessoas de boa vontade”, contou Agira, visivelmente emocionada.
Histórico de Gestações Múltiplas
Esta não é a primeira vez que Agira enfrenta uma gestação múltipla. Ao longo dos anos, ela já deu à luz gémeos em três ocasiões anteriores, um cenário incomum e biologicamente raro. Agora, com a chegada dos trigémeos – Araquel, Erina e Oriana – a jovem mãe vê-se sobrecarregada não só emocionalmente, mas também financeiramente.
Dificuldades Extremas
Vivendo em condições extremamente precárias, Agira habita uma estrutura improvisada feita de sacos plásticos e outros materiais reaproveitados, após sua casa ter sido destruída por um ciclone. Sem emprego fixo, apoio familiar ou presença paterna para os recém-nascidos, a jovem mãe luta para garantir o mínimo necessário: alimentação e cuidados básicos.
Os três bebés estão em bom estado de saúde, mas enfrentam o risco iminente de desnutrição. Agira não tem condições de amamentar adequadamente e também não possui recursos para adquirir leite artificial, essencial para o desenvolvimento dos pequenos.
Apelo à Solidariedade
O caso de Agira Martins é um retrato dramático das múltiplas vulnerabilidades enfrentadas por mulheres em situações de extrema pobreza e abandono familiar. Organizações locais e cidadãos de boa vontade estão a ser chamados a prestar apoio a esta mãe e aos seus filhos.
“Ela precisa de alimentos, fraldas, leite e, acima de tudo, um abrigo digno. Nenhuma mulher deveria passar por isso sozinha”, afirmou uma vizinha que tem tentado ajudá-la com o pouco que tem.
Um Chamado à Ação
Agira lança um apelo às autoridades governamentais e à sociedade civil para que intervenham de forma urgente. “Não quero luxo, só quero poder alimentar meus filhos e ter um lugar seguro para dormir com eles”, disse.
O caso de Agira Martins é mais do que uma história pessoal – é um alerta sobre a necessidade urgente de reforçar a rede de apoio social às mães em situação de vulnerabilidade e de responsabilizar os pais pelo sustento dos filhos que ajudam a gerar.