A renomada cantora moçambicana Lizha James acaba de conquistar um novo marco em sua trajetória, desta vez fora dos palcos. Nesta quarta-feira, ela foi oficialmente nomeada Vice-presidente do pelouro das Indústrias Culturais e Criativas na Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), uma das mais influentes entidades de representação empresarial do país.
Com uma carreira sólida na música e reconhecida por sua influência marcante na cultura moçambicana, Lizha James assume esta posição com a missão de dar voz e visibilidade ao setor criativo, que há muito tempo busca maior reconhecimento e apoio institucional. A cantora, que ao longo dos anos se tornou ícone do estilo urbano e defensora da valorização da arte nacional, representa agora um segmento que movimenta a economia e tem potencial para gerar mais emprego, renda e inclusão social.
Uma Artista Que Vira Gestora Cultural
Lizha James, cujo nome verdadeiro é Elisa Lisete James Humbane, iniciou sua carreira no início dos anos 2000 e rapidamente se destacou por sua sonoridade inovadora, que mistura ritmos africanos com elementos modernos de R&B, hip hop e kizomba. Seu trabalho ultrapassou fronteiras e colocou Moçambique no radar internacional da música africana. Agora, essa mesma energia e visão estratégica serão canalizadas para liderar um dos setores mais promissores da economia criativa moçambicana.
Ao assumir o novo cargo, Lizha afirmou estar honrada com o convite e reforçou o compromisso de trabalhar com todos os atores do setor para criar políticas e iniciativas que fortaleçam as indústrias culturais, incluindo música, moda, artesanato, cinema, design, teatro e outros segmentos criativos.
CTA e o Apoio ao Setor Cultural
A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), ao nomear Lizha James para esta posição, envia um sinal claro de que reconhece a importância das indústrias culturais e criativas como motores de crescimento econômico. O presidente da CTA destacou que o setor privado tem um papel fundamental no estímulo a esse segmento, tanto através do patrocínio e apoio a eventos culturais como na valorização dos produtos e serviços artísticos oferecidos por profissionais moçambicanos.
Segundo ele, “as indústrias culturais são, sim, produtivas e têm um grande impacto na formação de identidade nacional, no turismo e na economia digital. Precisamos integrar os artistas no ecossistema económico de forma efetiva”.
Desafios e Oportunidades
O novo desafio de Lizha James vem em um momento crucial para a cultura moçambicana. Ainda se recuperando dos impactos da pandemia da COVID-19, o setor cultural precisa de investimento, estrutura e políticas públicas eficazes. A presença de uma figura popular como Lizha na liderança pode ser o impulso necessário para atrair atenção, parceiros e financiamento.
Entre os principais desafios do setor estão a formalização de atividades culturais, a proteção de direitos autorais, a capacitação de artistas e a criação de espaços de exibição e produção. Lizha James deverá atuar diretamente na articulação com o governo, empresas e organizações internacionais para criar um ambiente favorável à profissionalização dos agentes culturais.
Um Passo Importante para a Cultura Nacional
A nomeação de Lizha James representa um marco na valorização do papel dos artistas na construção do país. É também um símbolo de que Moçambique está pronto para apostar na criatividade como ferramenta de desenvolvimento econômico e social. A expectativa é que essa nova fase traga inovação, visibilidade e sustentabilidade para os projetos culturais em todo o território nacional.
Agora, com Lizha na liderança, o setor cultural moçambicano ganha não apenas uma voz experiente, mas também uma aliada incansável na luta pelo reconhecimento, profissionalização e expansão das indústrias criativas.