LAM RUMO À REESTRUTURAÇÃO: COMPRA DE PARTICIPAÇÕES SERÁ CONCLUÍDA EM TRÊS MESES E NOVAS AERONAVES ESTÃO A CAMINHO

 

Maputo, Junho de 2025 — A tão aguardada reestruturação da companhia Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) entrou numa nova fase, com a previsão de que a compra das participações da empresa se concretize nos próximos três meses. O anúncio foi feito por Agostinho Langa Júnior, Presidente do Conselho de Administração dos Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM), uma das empresas estatais envolvidas na operação de aquisição.

Segundo Langa Júnior, o processo encontra-se dependente do saneamento financeiro da LAM, sobretudo no que respeita ao pagamento das dívidas acumuladas. “Relativamente à compra de acções, há uma série de condições precedentes que devem ser cumpridas, sendo a principal o saneamento das dívidas da LAM. Esse processo está em curso e é da responsabilidade do Governo. Acreditamos que em mais dois ou três meses o processo estará resolvido e começaremos a ter aviões novos para a LAM”, declarou o PCA dos CFM, citado pela STV.

Embora tenha evitado avançar o montante total da dívida da companhia aérea, Langa Júnior assegurou que os novos accionistas — CFM, Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) e Empresa Moçambicana de Seguros (EMOSE) — estão empenhados em garantir uma nova fase para a LAM, com mais eficiência e novas aeronaves.

Ainda no mesmo dia, num evento paralelo na cidade da Matola, o Ministro dos Transportes e Comunicações, João Matlombe, reforçou o compromisso do Governo com a revitalização da transportadora nacional. “A LAM é prioridade de todos os moçambicanos, e o Governo está a assegurar que esse desejo dos moçambicanos de ter uma companhia aérea fiável, funcional e com orgulho nacional seja uma realidade. Os demónios da LAM serão exorcizados em breve”, declarou.

O plano de aquisição das participações do Estado na LAM prevê a venda de 91% das acções da empresa às três estatais (CFM, HCB e EMOSE), como forma de atrair capital fresco para operacionalizar a empresa, adquirir nova frota e garantir a sua viabilidade económica. O Governo espera, com esta medida, arrecadar cerca de 130 milhões de dólares e incorporar oito novas aeronaves à frota.

Recorde-se que, no início do mandato do Presidente Daniel Chapo, foram denunciadas irregularidades e conflitos de interesse na gestão da LAM, incluindo uma missão ineficaz à Europa que visava a aquisição de aviões. Após o escândalo, o Chefe de Estado exonerou, em Maio, o então PCA da LAM, Marcelino Gildo Alberto, bem como outros dois membros do Conselho de Administração, devido à má gestão.

No lugar da administração anterior, foi criada uma nova estrutura composta por representantes das empresas accionistas e uma Comissão de Gestão com funções executivas, que deverá assegurar a gestão corrente da companhia até à sua completa reestruturação.

A nova etapa representa uma esperança renovada para a LAM, uma companhia que, apesar dos desafios históricos, continua a ser símbolo de soberania e mobilidade nacional. A expectativa do Governo e dos moçambicanos é clara: ver a LAM de volta aos céus com força, confiança e sustentabilidade.

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