Jovens Marcham em Nampula por Justiça às Vítimas de Abuso e Corrupção Académica em Montepuez

 

Um grupo de jovens activistas, mobilizados por várias organizações da sociedade civil, realizou neste sábado (14) uma marcha pacífica pelas ruas da cidade de Nampula, em solidariedade às vítimas de abuso sexual e corrupção académica recentemente denunciados na delegação da Universidade Rovuma, localizada no distrito de Montepuez, província de Cabo Delgado.

A manifestação começou no Jardim Parque Popular e culminou na sede da Universidade Rovuma, num percurso marcado por palavras de ordem, apelos à justiça e defesa dos direitos humanos. Os participantes empunhavam cartazes com mensagens fortes como: “Os direitos humanos são inalienáveis. Vamos todos protegê-los” e “Justiça para as vítimas de abuso em Montepuez. Somos todos iguais perante a lei”.

A marcha, pacífica mas carregada de simbolismo, foi uma resposta directa às graves denúncias que envolvem docentes da instituição acusados de assédio sexual e venda de notas. As acusações abalaram o meio académico e reacenderam o debate sobre a impunidade, a ética profissional e o ambiente de segurança nas instituições de ensino superior em Moçambique.

Diversas organizações se aliaram ao movimento, entre elas a Associação Kóxukhuro, o Movimento Solidário e a Galamukani, além de outras entidades que lutam pela justiça social e pelos direitos humanos. Os representantes destas organizações manifestaram preocupação com a situação vivida em Montepuez e defenderam uma resposta firme por parte do Estado Moçambicano.

Não podemos continuar a permitir que instituições educativas se tornem espaços de medo e abuso. A universidade deve ser um lugar de aprendizagem e dignidade, e não de violação dos direitos humanos”, afirmou uma das activistas durante o protesto.

A manifestação encerrou-se com um ato simbólico em frente à sede da Universidade Rovuma, onde os jovens tiraram fotografias segurando os seus dísticos, como forma de marcar o seu apelo coletivo por justiça, responsabilização e transformação no ambiente académico.

As organizações envolvidas no movimento reiteraram o seu compromisso em acompanhar de perto os desdobramentos do caso e exigiram:

Abertura de um inquérito independente e imparcial;

Responsabilização judicial dos envolvidos;

Apoio e reparação às vítimas;

Reforço das políticas institucionais de combate ao assédio e à corrupção académica.

Este protesto em Nampula é um sinal claro de que a juventude moçambicana está cada vez mais atenta, mobilizada e disposta a lutar por uma sociedade mais justa, ética e segura, especialmente no setor da educação, onde a integridade deve ser inquestionável.

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