A ofensiva, conduzida recentemente, visava neutralizar um grupo de insurgentes que tem protagonizado acções de intimidação junto das comunidades locais. Segundo Bosco, apesar da presença e movimentação esporádica destes grupos, Muidumbe permanece num estado geral de calma e tranquilidade, graças à vigilância reforçada das forças de segurança e ao envolvimento activo da população.
“Recentemente, a Força Local lançou uma contraofensiva militar na aldeia Magaia, no distrito de Muidumbe, que culminou com o abate de um grupo de terroristas”, declarou o administrador à imprensa, citado pelo jornal O País.
De acordo com Bosco, os insurgentes têm recorrido à intimidação da população civil para manter influência sobre algumas zonas isoladas, frequentemente recorrendo ao sequestro e extorsão como instrumentos de terror. Num episódio recente, oito pessoas, incluindo duas crianças, foram sequestradas na zona de produção agrícola e só libertadas após o pagamento de resgates em dinheiro.
As autoridades locais têm intensificado campanhas de sensibilização contra o recrutamento de jovens por parte dos grupos armados. “Estamos a desencorajar fortemente os jovens que são aliciados para engrossar as fileiras dos terroristas”, acrescentou João Bosco, sublinhando a necessidade de vigilância comunitária e colaboração entre a população e as forças de defesa.
A província de Cabo Delgado tem sido palco de ataques insurgentes desde 2017, numa crise que já causou milhares de mortos e deslocou mais de um milhão de pessoas. A resposta do Governo tem incluído o reforço da segurança através da atuação conjunta das Forças de Defesa e Segurança, da Força Local e de contingentes internacionais que apoiam os esforços de estabilização na região.
Apesar dos desafios, a administração de Muidumbe reitera o compromisso em manter a paz e promover o regresso seguro das populações deslocadas às suas zonas de origem. A operação em Magaia representa mais um passo na luta pela normalização da vida e reconquista dos espaços ocupados pelos insurgentes.