O sector da logística e dos transportes em África acaba de conquistar uma nova representação de peso a nível internacional. Álvaro Massingue, Presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), foi eleito Director Regional para África da prestigiada Câmara Internacional de Logística e Transportes (CILT), durante a 40ª Assembleia Geral Ordinária da organização, realizada recentemente em Lima, no Peru.
Esta eleição marca um feito inédito e histórico para Moçambique, posicionando o país de forma estratégica no cenário logístico global. A CILT, fundada há mais de 100 anos, é uma das instituições mais respeitadas do mundo no sector da logística, transportes e cadeia de abastecimento, estando presente em mais de 30 países e assumindo um papel de liderança na promoção de boas práticas, inovação e capacitação técnica.
Reconhecimento da relevância africana no cenário global
Em reacção à sua nomeação, Massingue expressou profundo orgulho e destacou que este reconhecimento transcende a sua pessoa, sendo um marco colectivo para o sector privado moçambicano e africano. “Este é um ganho não apenas pessoal, mas colectivo para todo o sector privado moçambicano. Estamos a abrir novas portas para interacção directa com as grandes economias, acesso a conhecimento técnico e troca de experiências que podem fortalecer significativamente o nosso ecossistema logístico”, afirmou.
O novo Director Regional para África pretende utilizar o seu mandato para consolidar os esforços de capacitação técnica em todo o continente africano, promover investimentos em infraestruturas logísticas estratégicas e incentivar o diálogo entre governos, sector privado e academia. O objetivo é impulsionar a integração regional, dinamizar o comércio intercontinental e melhorar a competitividade das economias africanas.
Impacto positivo para Moçambique
A nomeação de Massingue é vista por analistas como uma oportunidade única para Moçambique reforçar o seu papel como hub logístico na região austral de África. O país possui corredores logísticos de grande relevância, como o Corredor de Desenvolvimento de Maputo, o Porto da Beira e o Corredor de Nacala — infraestruturas que podem beneficiar diretamente do novo posicionamento internacional alcançado pela liderança moçambicana na CILT.
Estes corredores têm potencial para se tornarem pontos de referência no escoamento de mercadorias provenientes de países sem saída para o mar, como Zimbábue, Malawi e Zâmbia, além de atrair mais investimentos para a modernização dos portos, estradas e sistemas ferroviários.
Um novo capítulo para o sector privado moçambicano
Sob a liderança de Massingue, a CTA tem desempenhado um papel crucial na promoção do sector privado como motor do crescimento económico sustentável em Moçambique. A sua eleição para um cargo de destaque numa organização internacional como a CILT representa o reconhecimento dos esforços que têm sido feitos para modernizar e internacionalizar a economia moçambicana.
Com este novo desafio, Moçambique passa a ter uma voz activa nas decisões estratégicas que moldam o futuro da logística e dos transportes a nível global. A representação de Álvaro Massingue na CILT cria uma ponte entre África e o mundo, permitindo ao continente participar mais activamente nos debates sobre comércio, inovação, eficiência logística e conectividade internacional.