Poluição Ambiental Fecha Cinco Empresas Mineiras em Manica: Rios Contaminados Ameaçam Abastecimento de Água

 


Poluição Ambiental Fecha Cinco Empresas Mineiras em Manica: Rios Contaminados Ameaçam Abastecimento de Água

Cinco empresas mineiras no distrito de Manica, centro de Moçambique, tiveram suas atividades suspensas pelo Governo devido à poluição ambiental, numa medida considerada urgente para conter os danos causados aos recursos hídricos da região. A decisão surge após a constatação de contaminação de rios com produtos químicos usados nas operações mineiras, o que provocou, inclusive, a morte de gado bovino em comunidades locais.

Segundo as autoridades, a poluição atinge principalmente cursos de água que desaguam na Albufeira de Chicamba, uma das maiores fontes de abastecimento de água potável para a população da província de Manica. Os impactos ambientais são já visíveis, com aumento da turvação da água e relatos de prejuízos à fauna e flora aquática.

> “Tomamos conhecimento que mesmo os níveis de turvação da água estão a subir a cada dia, e entendemos que se a prática continuar podemos ter problemas. É importante depreender que o problema não é a actividade mineira, mas a maneira como ela é feita”, declarou Jorge Daúdo, Secretário de Estado de Minas, citado pelo jornal O País.

A suspensão das atividades não é apenas um ato administrativo, mas marca também o início de processos legais contra as empresas envolvidas. As mineradoras responderão a ações que incluem aplicação de multas pesadas e possíveis indemnizações às comunidades afetadas. As autoridades querem garantir que as empresas assumam a responsabilidade pelos prejuízos causados ao meio ambiente e às famílias locais.

Daúdo foi enfático ao afirmar que não haverá espaço para negociações neste momento:

> “Como Governo, como recursos minerais, nós não podemos deixar isso de ânimo leve, e vamos tomar medidas. Logo a priori, acabamos de suspender, temporariamente, cinco empresas mineradoras aqui em Manica, enquanto se preparam para ter condições de retomar a actividade.”

A decisão é vista como um sinal de endurecimento das políticas ambientais em Moçambique, diante de crescentes denúncias de exploração mineral descontrolada e sem respeito pelas normas ambientais.

A medida também levanta um alerta para outras regiões com intensa atividade mineira, onde o equilíbrio entre desenvolvimento económico e proteção ambiental continua sendo um desafio complexo. Especialistas defendem a necessidade urgente de reforçar a fiscalização e incentivar práticas sustentáveis no setor extractivo para evitar que situações semelhantes voltem a ocorrer.

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