Presidente da República desafia Forças Armadas a pôr fim ao terrorismo, raptos e grupos ilegais como os naparamas
Durante a cerimónia de encerramento do Curso de Operações Especiais das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), realizada nesta sexta-feira (23) em Nacala, o Presidente da República, Daniel Francisco Chapo, lançou um apelo firme: é tempo de eliminar todos os males que colocam em risco a paz e a soberania nacional.
Num discurso marcado por apelos à acção imediata, o Chefe de Estado e Comandante-Chefe das Forças de Defesa e Segurança reforçou a necessidade de erradicar ameaças como o terrorismo em Cabo Delgado, os raptos que continuam a abalar a segurança urbana e os grupos armados ilegais, incluindo os chamados naparamas, que persistem como foco de instabilidade em diversas regiões do país.
“Estamos a afirmar que é preciso acabar com o terrorismo, com os raptos, com os ditos naparamas e outros crimes transnacionais que afectam o nosso povo”, declarou Chapo perante os recém-formados combatentes das Forças Especiais.
O apelo surge num momento crucial em que o país se prepara para celebrar os 50 anos da sua independência. Para Chapo, garantir um ambiente de paz até às comemorações é uma missão prioritária. Segundo o estadista, essa paz não será alcançada apenas com força, mas com formação adequada, actualização contínua e disciplina militar rigorosa.
Formação militar moderna e parcerias estratégicas
Chapo salientou a importância de adaptar o sistema de ensino militar às ameaças contemporâneas. Para isso, defendeu a actualização dos currículos e a capacitação constante dos instrutores. A cooperação com países amigos, como Ruanda, foi destacada como exemplo de boas práticas, com a partilha de experiências e metodologias na formação de tropas especializadas.
“As ameaças estão em permanente mutação. É preciso investir na capacitação dos instrutores, actualizar currículos e garantir formação adaptada aos desafios reais no terreno”, sublinhou.
Forças Especiais: elite nacional ao serviço da paz
Durante o seu discurso, Chapo classificou as Forças Especiais como a “tropa de elite” de Moçambique, preparada para lidar com missões de alta complexidade. Entre os desafios mencionados estão o combate ao terrorismo, ao crime organizado e a intervenção em situações de desastres naturais.
O Presidente apelou a que estes militares actuem com precisão, mas também com respeito pelos direitos humanos, promovendo confiança e estabilidade nas zonas onde forem destacados.
“Estas são missões honrosas. Precisamos de forças disciplinadas, capazes de actuar com precisão, mas também com respeito pelos direitos humanos”, reforçou.
Defesa da soberania é missão de todos
Chapo encerrou o seu pronunciamento com uma mensagem de firmeza e responsabilidade nacional: “A soberania moçambicana não tem preço. E a defesa desta pátria não se delega. Só nós, moçambicanos, temos a responsabilidade de a proteger”.
Este discurso não apenas reafirma o compromisso do Estado com a segurança nacional, mas também estabelece uma nova etapa na estratégia militar do país, centrada em disciplina, modernização e protecção do povo moçambicano.