Num momento delicado para a paz e estabilidade de Moçambique, o Presidente da República, Daniel Chapo, dirigiu-se diretamente ao ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, exortando-o a abandonar qualquer incitação ou ligação a atos de violência que têm assolado algumas regiões do país. Em tom de apelo e com foco na reconciliação, Chapo reforçou a importância da união entre os moçambicanos, independentemente das suas diferenças políticas, como caminho essencial para o desenvolvimento e progresso da nação.
Durante uma intervenção pública bastante aguardada, o chefe de Estado não poupou palavras ao chamar Mondlane e outras lideranças políticas à responsabilidade. “Venâncio Mondlane, apelo à sua consciência patriótica. Moçambique precisa de paz e estabilidade, não de divisões ou confrontos. É hora de dar as mãos e colocar o país acima de interesses pessoais ou partidários”, afirmou Chapo.
O Presidente destacou que o momento é crítico para Moçambique, que enfrenta desafios não apenas políticos, mas também sociais e econômicos, incluindo o combate ao extremismo na província de Cabo Delgado e as dificuldades derivadas das mudanças climáticas. Segundo Chapo, esses problemas só poderão ser superados com “união entre irmãos, sem exclusão, sem rancores e sem violência”.
A mensagem surge num contexto em que Venâncio Mondlane, conhecido opositor do governo e figura vocal da cena política moçambicana, tem feito declarações controversas sobre a legitimidade das últimas eleições e sobre a necessidade de resistência contra supostos abusos de poder. Embora Mondlane tenha se destacado por defender os direitos dos cidadãos e questionar a transparência do processo eleitoral, as tensões políticas começaram a ganhar contornos de violência em algumas manifestações pelo país, o que chamou a atenção do governo.
Chapo reforçou que “não há desenvolvimento sem paz” e que Moçambique deve se libertar dos ciclos de conflitos para construir um futuro próspero para todos os seus filhos. O presidente lembrou também que as portas do diálogo continuam abertas para todas as forças políticas, mas destacou que esse diálogo deve sempre ser feito com respeito à Constituição e aos princípios democráticos.
Este apelo presidencial vem sendo visto como um gesto de reconciliação e, ao mesmo tempo, um firme alerta para que lideranças políticas não alimentem divisões que possam escalar para situações de instabilidade. A expectativa agora gira em torno da resposta de Venâncio Mondlane, que ainda não se pronunciou oficialmente sobre o apelo do Presidente.
Moçambique, que ao longo de décadas tem lutado por consolidar a paz e o desenvolvimento, vive mais um teste à sua maturidade democrática — e a esperança da maioria dos moçambicanos é que o diálogo, o respeito e a união prevaleçam sobre o conflito.