Esquadrões da Morte e o Silêncio da Justiça: A Verdade Que Moçambique Não Quer Encarar!

 

Moçambique amanheceu mais uma vez mergulhado em reflexões amargas sobre um tema que assombra o país há anos: os esquadrões da morte e o silêncio ensurdecedor da justiça. O recente destaque dado pelo programa "Casos do Dia", do canal Sucesso TV, reabriu feridas antigas e expôs o que muitos já suspeitavam — mais de 10 atentados contra vozes críticas e nenhuma resposta convincente por parte das autoridades.

Nomes como Jaime Macuane, Ericino de Salema, Gilles Cistac, Mahamudo Amurane, entre outros, tornaram-se símbolos de uma luta desigual pela liberdade de expressão e pelo direito à vida. Alguns sobreviveram aos ataques, outros pagaram com a própria vida. O que todos esses casos têm em comum? O manto de impunidade e o eco de um Estado que se recusa a apontar culpados.

Quem são as vítimas?

As vítimas não são criminosos, mas sim intelectuais, jornalistas, juristas e políticos que ousaram questionar decisões, expor corrupção e defender a democracia. Jaime Macuane, por exemplo, foi brutalmente baleado em 2016, após críticas à governação. Gilles Cistac, jurista franco-moçambicano, foi assassinado em plena luz do dia em 2015, depois de defender abertamente a descentralização do poder em Moçambique. Mahamudo Amurane, edil da cidade de Nampula, foi morto em 2017, pouco tempo depois de confrontar práticas obscuras dentro da política local.

O padrão sombrio

O que liga essas histórias é a repetição de um padrão: atentados que ocorrem em momentos estratégicos, geralmente após declarações públicas ou investigações que colocam em xeque pessoas poderosas. Não há prisões conclusivas, não há julgamentos transparentes, e o tempo se encarrega de enterrar as memórias, enquanto as famílias seguem clamando por justiça.

O silêncio que assusta

A ausência de respostas por parte das instituições judiciais não é apenas uma falha do sistema; é um sintoma de um problema mais grave: o medo e a falta de vontade política em romper com redes de poder que operam nas sombras. Enquanto isso, a sociedade civil, jornalistas e defensores dos direitos humanos vivem sob ameaça constante, num clima de intimidação silenciosa, mas brutal.

Até quando?

A exposição desses casos pelo programa "Casos do Dia" reacende a esperança de que o debate volte a ganhar espaço e que a pressão popular force o Estado a agir. Moçambique precisa romper esse ciclo de medo e impunidade antes que o direito de pensar e expressar-se livremente se torne apenas uma lembrança.

A pergunta que fica é: quem serão as próximas vítimas do silêncio da justiça?

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