Venâncio Mondlane, candidato presidencial moçambicano pelo partido Podemos, tem desempenhado um papel central na contestação dos resultados das eleições gerais de outubro de 2024. Após o Conselho Constitucional confirmar a vitória de Daniel Chapo, da FRELIMO, com 65,17% dos votos, Mondlane, que obteve 24,19%, rejeitou os resultados, alegando irregularidades no processo eleitoral.
Em resposta, Mondlane convocou manifestações nacionais, inicialmente de três dias, para protestar contra o que considera ser fraude eleitoral. Essas manifestações, conhecidas como "four by four", envolveram o uso de apitos e vuvuzelas, substituindo as tradicionais panelas, e ocorreram em várias regiões do país.
Posteriormente, Mondlane anunciou a extensão das manifestações por mais quatro dias, totalizando sete dias de protestos contínuos. Durante esse período, ele instou os cidadãos a participarem ativamente, expressando seu descontentamento de forma pacífica e organizada.
Além das manifestações, Mondlane propôs a realização de eleições populares nos dias 6 e 7 de janeiro de 2025, nas quais os cidadãos elegeriam diretamente seus representantes locais, incluindo governadores provinciais e administradores distritais. Ele também anunciou planos para tomar posse como presidente em 15 de janeiro de 2025, desafiando a legitimidade do governo atual.
Essas ações refletem a crescente tensão política em Moçambique, com Mondlane liderando uma campanha de desobediência civil e mobilização popular contra o que considera ser um regime autoritário e corrupto. A situação permanece volátil, com a comunidade internacional observando de perto os desdobramentos no país.