Moçambique está a intensificar a cooperação com a Argélia, apoiada pelo sector privado argelino, em áreas estratégicas como turismo, educação, logística e agricultura. O anúncio foi feito por Chapo, que destacou as potencialidades nacionais e o interesse de empresários argelinos em investir no país.
Durante a sua intervenção, sublinhou o potencial turístico de Moçambique, lembrando que o país possui uma costa de 2.700 quilómetros, praias e ilhas paradisíacas, reservas naturais e um vasto património histórico e cultural. Nesse âmbito, anunciou que em novembro terá lugar, em Inhambane, Vilankulo, uma conferência internacional de turismo, embora tenha frisado que o setor ainda carece de investimentos robustos.
Entre as medidas para alavancar o turismo e os negócios, destacou-se a possibilidade de criar uma ligação aérea entre Maputo e Argel, através da Air Algérie, companhia de bandeira argelina, que poderia ser um catalisador para o aumento de fluxos turísticos e comerciais entre os dois países.
No setor da logística, Chapo lembrou que Moçambique controla os três maiores corredores de África Austral — Maputo, Beira e Nacala —, que garantem acesso direto a sete países sem saída para o mar. “Estes corredores são estratégicos para o desenvolvimento regional e oferecem grandes oportunidades de negócios”, destacou.
Na educação, o dirigente enalteceu a cooperação já existente em bolsas de estudo, especialmente nas áreas de hidrocarbonetos, engenharia e saúde, reforçando a necessidade de expandir ainda mais essa parceria.
Sobre a agricultura, salientou o potencial do país em terras aráveis e recursos hídricos, apontando a castanha de caju como exemplo de produto com tradição e grande capacidade de expansão. “Moçambique já foi o maior produtor mundial de castanha de caju e podemos voltar a níveis industriais, além de diversificar a produção agrícola para atender a Argélia e exportar para o mundo”, referiu.
Chapo concluiu defendendo que os dois países devem priorizar o desenvolvimento mútuo, aproveitando os seus recursos naturais para benefício de África. “Se não encontrarmos soluções internas, os nossos recursos acabarão por desenvolver a Europa, a Ásia e outros países. África deve vir em primeiro lugar”, afirmou.
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