Maputo, 16 de setembro de 2025 — Milhares de cidadãos afluíram esta terça-feira à Praça da Paz, em Maputo, para se beneficiarem do registo gratuito de nascimento, emissão de Bilhetes de Identidade (BI) e passaportes, no âmbito das celebrações do Dia Internacional da Identidade, assinalado sob o lema “Minha Identidade, Meu Guarda-Chuva”.
O ato central foi organizado pelo Ministério da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, em coordenação com o Ministério do Interior, e contou com a presença do Secretário Permanente da Justiça, Tuariq Abdala, e do representante do Secretário de Estado em Maputo, Hélio das Neves.
Durante o evento, Abdala destacou que a identidade legal “é um direito fundamental que garante acesso a serviços sociais, participação cívica e proteção contra práticas nocivas como uniões prematuras e trabalho infantil”. Apesar do elevado número de participantes ter superado a capacidade de resposta imediata, as autoridades estimam emitir mais de cinco mil documentos apenas neste dia.
“Não conseguiremos atender todos hoje, mas o trabalho continuará através das nossas brigadas móveis”, explicou Abdala, realçando o compromisso do governo em levar os serviços às zonas mais remotas.
Na mesma ocasião, Hélio das Neves frisou que possuir identidade “é a base de pertença à sociedade e a chave para usufruir dos serviços públicos e privados”.
Identidade legal até 2030
Instituído em 2018 pelo movimento ID4Africa, o Dia Internacional da Identidade tem como objetivo assegurar que todos os cidadãos do continente tenham identidade legal até 2030, em alinhamento com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). O movimento tem mobilizado governos africanos para facilitarem o registo civil e adotarem tecnologias seguras na emissão de documentos.
Moçambique reforça compromissos
Além da capital, as celebrações decorrem em várias províncias do país, com feiras sociais, emissão de documentos e campanhas de sensibilização sobre proteção de dados pessoais no contexto da identidade digital.
As autoridades lembram que o registo civil é a porta de entrada para outros direitos, incluindo acesso à educação, saúde, programas de assistência social e inclusão no mercado formal de trabalho.
Com esta iniciativa, o Executivo reafirma o seu empenho em eliminar barreiras financeiras e logísticas que ainda dificultam o acesso ao registo civil, aproximando os serviços às comunidades e fortalecendo o Estado de Direito em Moçambique.

0 Comentários