Segundo o porta-voz do grupo, João Machava, a RENAMO vive “momentos muito sombrios” desde as últimas eleições autárquicas e gerais, o que atribui à má gestão da liderança actual. “Preocupados com a situação, urge a necessidade de sentarmos à mesma mesa para repensarmos o partido… Convidamos a todos para uma reunião na qual deveremos discutir a vida do partido e evitar o colapso que está eminente”, declarou.
Encontro reunirá todas as alas do partido
Embora ainda sem uma data definida, Machava garantiu que todos os segmentos da RENAMO serão convidados, incluindo o actual presidente, Ossufo Momade, também ele um desmobilizado de guerra. “Nos próximos dias iremos anunciar a data e o local da reunião. Neste momento, exortamos a todos os visados a irem se preparando”, apelou.
A iniciativa surge num contexto de crescente instabilidade interna no seio do partido, onde os desmobilizados continuam a contestar a liderança de Momade. Recentemente, o encerramento da Sede Nacional da RENAMO e do Gabinete do Presidente intensificou as tensões.
Acusações de violência e repressão interna
João Machava foi contundente nas críticas a Ossufo Momade, acusando-o de promover actos de violência interna. Segundo ele, o líder do partido teria instrumentalizado a delegação provincial de Nampula para agredir com catanas os membros que encerraram a delegação na cidade de Nacala. “É um comportamento desumano. Não podemos continuar com um líder [como aquele]”, criticou.
O processo de encerramento das delegações da RENAMO em diferentes pontos do país, liderado por membros críticos à actual direcção, continua em curso, refletindo a profunda crise que ameaça a coesão da histórica formação política moçambicana.
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