Empresários defendem que concessões à multinacional devem ser acompanhadas de contrapartidas estruturantes
A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) considerou inadmissível a postura da South32, que recentemente anunciou a possibilidade de encerramento das operações da Mozal a partir de março de 2026, caso não se encontre uma solução viável para o fornecimento de energia elétrica.
O anúncio foi feito pelo CEO da South32 no passado dia 14 de agosto, levantando preocuplações sobre o impacto que o eventual encerramento da fundição de alumínio poderá ter na economia nacional e no tecido empresarial moçambicano.
Governo pode negociar tarifas com contrapartidas
Em reação, o presidente da CTA, Álvaro Massingue, afirmou em comunicado que o Governo pode considerar concessões nas tarifas de energia, mas apenas se estas forem acompanhadas de contrapartidas claras para a economia do país.
“Que pelo menos 40% da produção da Mozal seja destinada a empresas moçambicanas para a transformação local do alumínio em produtos semi-manufaturados e acabados, e que a Mozal aumente substancialmente o número de fornecedores locais na sua cadeia de valor, promovendo a inclusão efectiva de pequenas e médias empresas moçambicanas”, refere o documento.
Negociações devem incluir todos os accionistas
A CTA exige ainda que as negociações em curso envolvam todos os acionistas da Mozal — South32, Governo de Moçambique, IDC da África do Sul e Mitsubishi Corporation — com a CTA como parte ativa e legítima das discussões.
Segundo a confederação, as decisões sobre o futuro da Mozal devem refletir os interesses nacionais e fortalecer o setor produtivo.
Apelo à responsabilidade social da mozal
No mesmo comunicado, os empresários apelam à South32 para que reveja a sua postura e retome as operações com maior responsabilidade social, respeito pelos compromissos assumidos e alinhamento com os objetivos de desenvolvimento nacional.
Defesa do ativo estratégico
A CTA apelou ainda ao Governo para que atue com firmeza, mas mantendo abertura ao diálogo, de modo a proteger os interesses estratégicos do país e garantir que a Mozal continue a ser um ativo económico nacional, agora com maior integração local.
A classe empresarial concluiu reafirmando a disponibilidade em dialogar e apresentar propostas concretas que assegurem soluções sustentáveis, equilibradas e justas para o futuro da maior fundição de alumínio do país.
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