Medida permite ocupação de passeios a partir das 16h, mas vendedores apontam dificuldades e pedem soluções mais justas
O Conselho Municipal de Maputo decidiu flexibilizar as medidas aplicadas aos vendedores informais da Praça dos Combatentes, permitindo que estes exerçam a sua atividade nos passeios previamente identificados, mas apenas a partir das 16 horas. A decisão surge duas semanas após a ordem de retirada dos ambulantes da área e resulta de um entendimento com a Associação dos Trabalhadores Informais.
Segundo Naftal Lay, porta-voz da Polícia Municipal, a associação apresentou uma proposta para que fossem identificados pontos específicos, mesmo na periferia do mercado da Praça dos Combatentes, onde os vendedores pudessem trabalhar durante determinados períodos do dia. Após uma análise, a edilidade aceitou a proposta com caráter experimental.
> “Neste momento, estamos numa fase experimental, em que os vendedores, no final do dia, vão ocupar alguns espaços já identificados para este efeito. Se a experiência for boa, eu penso que o conselho municipal vai ter que apostar na ideia”, afirmou o porta-voz.
Descontentamento dos vendedores
Apesar da abertura parcial por parte das autoridades, muitos vendedores já começaram a ocupar os passeios antes do horário estipulado, mesmo com a presença da Polícia Municipal no local.
Artimisa Matsinhe, uma das vendedoras da praça, afirma que ainda não houve qualquer atribuição oficial de espaço:
> “Só falaram que vão procurar espaço para nós ficarmos aí a partir das 16h, mas até agora nada.”
Outra comerciante, Aldozília Uqueio, reconheceu a medida, mas considera o horário impraticável:
> “Na reunião disseram que vamos começar a vender às 16, mas às 16 já é hora da ponta e para vender a essa hora é difícil.”
Ela sugere que o município adote uma abordagem mais prática e justa:
> “Na minha humilde opinião, eles deveriam dizer o seguinte: vocês podem vender do jeito que vendiam aqui nos passeios, mas pagam bilhete, e ai de quem não pagar bilhete, nós vamos tirar. Ninguém vai aceitar perder espaço por causa de 10 meticais.”
Posição do Município
Mesmo com as reclamações, o Município de Maputo reitera que não voltará atrás na decisão tomada, insistindo que existem alternativas viáveis em 18 mercados da cidade. A edilidade pede a colaboração dos vendedores e espera que a fase experimental contribua para uma solução mais equilibrada entre a necessidade de organização urbana e a subsistência dos trabalhadores informais.
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