Paralisação gera tensão nas ruas da capital angolana e já resultou em confrontos e vandalismo
Luanda amanheceu esta segunda-feira sob o impacto de uma greve de três dias decretada pela Associação Nacional dos Taxistas de Angola (ANATA), em protesto contra a recente subida do preço dos combustíveis e outras reivindicações ligadas ao exercício da actividade de transporte semi-colectivo.
A paralisação, que deverá prolongar-se até quarta-feira, foi confirmada em conferência de imprensa pelo vice-presidente da ANATA, Rodrigues Catimba. Os taxistas exigem, entre outros pontos, a revisão do preço do gasóleo, a criação de locais apropriados para carga e descarga de passageiros e mercadorias, bem como o fim das “abordagens abusivas” por parte das autoridades de trânsito.
Segundo a associação, o caderno reivindicativo foi entregue ao Governo Provincial de Luanda há mais de duas semanas, sem que tivesse havido uma resposta considerada satisfatória. A ANATA nega ainda ter participado em qualquer reunião com o Executivo com vista à suspensão da greve.
Incidentes marcam o primeiro dia da greve
Logo nas primeiras horas da paralisação, foram registados vários incidentes em diferentes zonas de Luanda. Testemunhas relataram casos de taxistas a forçarem colegas a abandonarem o serviço e passageiros a descerem dos veículos. Também houve relatos de viaturas privadas e autocarros da empresa pública de transportes urbanos vandalizados.
Em algumas áreas, confrontos entre manifestantes e forças policiais elevaram o nível de tensão, deixando a cidade num clima de incerteza e medo. Até ao momento, não há informações oficiais sobre o número de detidos ou feridos.
A greve actual surge na sequência de manifestações anteriores, como a do passado dia 12 de Julho, organizada pelo “Movimento Contra a Subida do Combustível”, que levou centenas de pessoas às ruas da capital para expressarem o seu descontentamento com a política de preços dos combustíveis.
Governo mantém silêncio
Até ao momento, o Governo da Província de Luanda ainda não se pronunciou oficialmente sobre os incidentes registados nem sobre as exigências dos taxistas. A ausência de uma resposta clara aumenta a apreensão entre os cidadãos, que temem a escalada da tensão nos próximos dias.
A ANATA reafirma o compromisso de continuar a defender os interesses dos seus membros e mantém a paralisação até que haja uma resposta concreta do Executivo às suas reivindicações.
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