A Seleção Nacional de Futebol de Moçambique, conhecida como os Mambas, voltou a registar uma descida preocupante no ranking da FIFA, passando do 96º para o 99º lugar. Esta queda de três posições reacende um debate sobre o atual estado do futebol moçambicano e os fatores que têm contribuído para a sua estagnação, especialmente quando comparado com outras nações africanas que continuam a progredir.
Moçambique no cenário africano
No contexto continental, Moçambique está longe do topo. Enquanto os Mambas enfrentam desafios para se aproximarem do top 50, outras seleções africanas destacam-se:
Marrocos: 12º lugar mundial – consolidando-se como uma potência global.
Senegal: 18º – subiu uma posição, mostrando consistência.
Egito (34º), Argélia (36º), Nigéria (44º), Tunísia (49º) – permanecem competitivos.
Costa do Marfim (45º), Camarões (51º), África do Sul (56º) – mantêm um desempenho regular, ainda que com oscilações.
Esta comparação mostra que, enquanto alguns países do continente africano avançam firmemente no ranking global, os Mambas seguem na direção oposta.
❓ Por que os Mambas não conseguem subir?
A descida no ranking não acontece por acaso. Há questões estruturais e estratégicas que ajudam a explicar esse retrocesso:
A) Falta de investimento nas categorias de base
O sucesso no futebol moderno começa na formação. Muitos países africanos estão a investir fortemente em academias e programas de desenvolvimento de jovens talentos. Em Moçambique, esse setor ainda carece de atenção, financiamento e visão a longo prazo.
B) Baixa competitividade interna e infraestrutura limitada
A qualidade da liga nacional e a existência de boas infraestruturas (estádios, centros de treino, campos relvados) são essenciais para o desenvolvimento de jogadores de elite. A realidade moçambicana ainda está distante dos padrões que formam atletas preparados para competir ao mais alto nível.
C) Falta de planeamento estratégico e continuidade técnica
A instabilidade nas comissões técnicas e a ausência de um projeto de longo prazo têm comprometido o progresso da seleção. Sem uma linha orientadora clara, os resultados acabam por ser pontuais e inconsistentes.
D) Pouca experiência internacional
Enfrentar seleções mais fortes é fundamental para ganhar maturidade competitiva. Os Mambas raramente disputam jogos de alto nível, o que dificulta o crescimento técnico e tático do grupo. O calendário internacional moçambicano continua escasso e pouco ambicioso.
O que fazer?
A queda para a 99ª posição deve servir como um alerta para mudanças urgentes. A Federação Moçambicana de Futebol, clubes e demais parceiros precisam repensar estratégias e priorizar o desenvolvimento sustentável da modalidade. Sem reformas estruturais, os Mambas correm o risco de se afastarem ainda mais do cenário competitivo africano e global.
O declínio dos Mambas é o reflexo de problemas antigos e persistentes. Para reverter este cenário, é necessário mais do que talento: exige-se visão, investimento, disciplina e compromisso. Só assim Moçambique poderá voltar a sonhar com dias de glória no futebol internacional.
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