As ruas de Luanda, capital de Angola, voltaram a ser ocupadas por vozes de indignação este sábado (19), com estudantes a saírem às ruas para protestar contra o aumento das propinas nas escolas público-privadas e privadas. A manifestação, organizada pelo Movimento dos Estudantes Angolanos (MEA), também repudiou o recente agravamento do preço do gasóleo e dos transportes coletivos — causas que motivaram protestos semelhantes em outras províncias do país.
A manifestação visava terminar junto ao Ministério das Finanças, mas foi travada pela Polícia Nacional. Francisco Teixeira, presidente do MEA, expressou a sua frustração à RFI, ao relatar a forma como os manifestantes foram impedidos de seguir a rota autorizada.
“Não, não correu bem, porque nós queríamos chegar no Ministério das Finanças, eles fecharam o caminho. Nós escrevemos uma rota, que é sair de São Paulo, e vir para cá. Se não podemos ir para cá, nós paramos”, lamentou.
Já entre os manifestantes, a insatisfação era visível. Clarice da Silva, uma das participantes, disse que decidiu juntar-se ao protesto como forma de lutar contra o peso crescente do custo de vida.
“Saímos à rua mais uma vez para reivindicar contra esse regime opressor e ditador. Baixem o preço do combustível e baixem também o preço das propinas. Está altíssimo demais! Está a custar muito nos nossos bolsos”, afirmou a jovem.
Em junho, as associações do ensino privado anunciaram um aumento de até 20,74% nas propinas e emolumentos para o ano letivo de 2025-2026, com início previsto para setembro. A medida, embora justificada pelas instituições como um reflexo da inflação e dos custos operacionais, tem sido duramente criticada por estudantes e famílias que enfrentam crescentes dificuldades económicas.
O clima de tensão reflete um descontentamento generalizado com as políticas sociais e económicas do país, com os protestos estudantis a ganharem força como forma de pressão sobre o Governo.
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