Família e partido afirmam que líder político foi raptado na Cidade de Maputo; SERNIC diz não ter conhecimento do caso
O paradeiro de Vitano Singano, líder do partido Revolução Democrática, continua desconhecido há mais de duas semanas, alimentando especulações e preocupação entre familiares, membros do partido e a sociedade em geral. Apesar dos rumores sobre uma possível morte do político, a sua esposa e dirigentes do partido desmentem as informações e apontam o dedo ao Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC), que acusam de envolvimento num alegado sequestro.
Nesta quarta-feira, Cidália Paulino, esposa de Vitano Singano, falou à STV e garantiu que, até ao momento, a família não recebeu qualquer confirmação sobre a morte do político. Segundo ela, as notícias que circulam nas redes sociais e em alguns meios de comunicação são infundadas.
“Eu não sei porque essas informações estão a correr nas redes sociais. Até agora não conhecemos o paradeiro de Vitano, mas estamos a fazer de tudo para ter pistas. Se fosse verdade, eu como esposa e a família teríamos tido a informação em primeira mão”, afirmou Cidália Paulino.
Partido aponta sequestro por agentes do SERNIC
Em declarações à imprensa, o porta-voz da Revolução Democrática, Santismo Januário, reforçou a versão da esposa e afirmou que Vitano Singano foi sequestrado por supostos agentes do SERNIC na zona da Shoprite, próximo ao Aeroporto Internacional de Maputo. Ele detalhou que, durante o rapto, o político conseguiu lançar um dos seus telemóveis, que acabou por ser entregue a familiares por um taxista e o proprietário de um estabelecimento local.
“Das informações que nós temos, consta que ele foi raptado na zona da Shoprite por indivíduos do SERNIC. No acto do rapto, ele conseguiu atirar um dos seus telemóveis e o taxista acompanhou o dispositivo, juntamente com outros pertences, até um estabelecimento. O dono do local ligou para mim e para a esposa para dar a informação”, explicou Januário.
O dirigente do partido disse ainda que o caso foi reportado às autoridades policiais e à Procuradoria-Geral da República, mas até ao momento não houve nenhum pronunciamento oficial nem avanços nas investigações.
“Aguardamos que as instituições de justiça se pronunciem, da mesma forma que fizeram da outra vez, quando, mesmo sem mandato de captura, ele foi levado na zona do mercado Janet e depois para a oitava esquadra, onde foi legalizada a sua detenção. Por ter sido o mesmo modus operandi, esperamos que esteja sob custódia policial”, acrescentou o porta-voz.
SERNIC alega desconhecimento
Confrontado pela STV, o SERNIC na Cidade de Maputo recusou gravar entrevista, mas alegou desconhecer o desaparecimento de Vitano Singano e negou ter informações sobre qualquer operação envolvendo agentes seus na zona referida.
O caso continua a gerar dúvidas e tensão política, numa altura em que o partido Revolução Democrática pede esclarecimentos urgentes às autoridades e exige a devolução com vida do seu líder.
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