O administrador do distrito de Mueda, na província de Cabo Delgado, Patrício Mavili, confirmou neste sábado, 28 de junho, que está em vigor uma restrição à circulação noturna da população, como medida preventiva face às persistentes ameaças terroristas naquela região do norte de Moçambique.
Apesar da atual tranquilidade observada no distrito, Mavili sublinhou que a contenção da circulação tem como principal objetivo salvaguardar a segurança da população e garantir a eficácia das operações das Forças de Defesa e Segurança.
“Num país onde há este tipo de situações, tinha que haver uma medida de segurança, porque imagina que uma pessoa circule 21 horas, para onde vai numa zona de guerra?”, questionou o administrador.
Mavili explicou que a movimentação de pessoas durante a noite pode gerar confusões operacionais para os agentes de segurança, uma vez que em cenários de conflito é difícil distinguir civis de possíveis infiltrados.
“Como é que as Forças de Defesa e Segurança poderão controlar e defender a população, porque todos somos da mesma cor. Esta é uma guerra entre irmãos”, lamentou.
Apesar das restrições implementadas, o administrador fez questão de esclarecer que não existe recolher obrigatório oficial em Mueda, incluindo na vila sede do distrito. No entanto, reconheceu que há níveis de ameaça que exigem atenção constante, o que justifica a adoção de medidas pontuais de contenção.
A província de Cabo Delgado tem sido palco de ataques armados desde 2017, com grupos terroristas a causarem deslocamentos massivos e perda de vidas, sobretudo nos distritos do norte, como Mocímboa da Praia, Palma, Macomia e, ocasionalmente, Mueda.
A atuação preventiva das autoridades locais visa evitar novos episódios de violência e manter a paz relativa que tem sido gradualmente restaurada em algumas zonas da província.
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