A escassez de gasóleo em vários postos de abastecimento na cidade de Maputo tem causado sérios transtornos aos transportadores semi-coletivos, conhecidos popularmente como "chapeiros". Estes profissionais, que são responsáveis por garantir o transporte diário de milhares de cidadãos, enfrentam dias cada vez mais difíceis, com muitos a serem obrigados a interromper as suas atividades no meio do percurso devido à falta de combustível.
A situação tem gerado um clima de frustração e incerteza. De acordo com vários chapeiros entrevistados por repórteres locais, o cenário é crítico. Muitos relatam que passam horas nas filas dos poucos postos ainda operacionais, sem qualquer garantia de que conseguirão abastecer. Outros já nem tentam mais, optando por parar completamente a atividade até que o abastecimento normalize.
“Estamos aflitos, bro. Como vamos trabalhar se não há gasóleo? O passageiro não entende, só quer chegar ao destino. Mas nós estamos presos, sem combustível e sem soluções”, disse um transportador, visivelmente preocupado.
A escassez tem afetado também os passageiros, que ficam muitas vezes retidos nas paragens à espera de transporte que não chega. O resultado são filas intermináveis, atrasos para o trabalho, escola e outras obrigações do dia a dia.
A situação também começa a impactar a economia informal e os pequenos negócios que dependem da mobilidade urbana. Sem transporte eficiente, a circulação de bens e pessoas fica comprometida, agravando ainda mais os desafios enfrentados por muitos moçambicanos.
Enquanto isso, o governo ainda não apresentou um plano claro para resolver a escassez. Algumas autoridades alegam que a crise se deve a questões logísticas e ao aumento do preço do petróleo no mercado internacional, mas essas justificações não aliviam a tensão sentida nas ruas de Maputo.
Analistas defendem medidas de emergência, como o reforço no abastecimento prioritário para o setor de transportes e maior fiscalização sobre os postos para evitar especulação. Também se aponta para a necessidade de investimentos em transportes alternativos e na modernização do sistema de distribuição de combustíveis.
Neste momento crítico, os transportadores semi-coletivos de Maputo pedem apoio urgente e soluções concretas para retomar suas atividades com normalidade. Até lá, a cidade continua paralisada em muitos dos seus principais eixos, com a população a pagar o preço de uma crise que parece longe do fim.
Fonte: Tvmiramar

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