Tete, Moçambique – Um grupo de trabalhadores da província de Tete abortou, nesta semana, uma alegada tentativa de fuga do responsável de uma empresa sul-africana que opera no setor mineiro da região. Segundo informações locais, o dirigente pretendia abandonar o país de forma repentina, sem honrar compromissos laborais e financeiros assumidos com os funcionários.
A tensão começou a crescer entre os trabalhadores após circularem rumores de que o gestor da empresa, cujo nome ainda não foi oficialmente divulgado, estaria a preparar-se para regressar à África do Sul deixando para trás salários em atraso, benefícios não pagos e promessas de regularização contratual não cumpridas.
De acordo com os relatos, os funcionários, em ato de desespero e revolta, decidiram vigiar os acessos à empresa e ao alojamento do responsável, tendo conseguido impedir a sua saída do recinto na noite de terça-feira. A intervenção foi pacífica, mas firme, com os trabalhadores exigindo a presença das autoridades para intermediar a situação.
A Inspecção-Geral do Trabalho (IGT) e a Polícia da República de Moçambique (PRM) foram chamadas ao local e estão a mediar o conflito. Em declarações à imprensa, um porta-voz da IGT confirmou que existe uma investigação em curso e que medidas serão tomadas para proteger os direitos dos trabalhadores.
“Estamos a apurar se, de fato, havia uma tentativa de fuga. Caso se confirme, será aberto um processo legal contra o responsável da empresa por violação da legislação laboral e possível fuga ao fisco”, explicou o porta-voz.
A empresa sul-africana atua na extração de carvão mineral e emprega dezenas de moçambicanos, que agora temem pelo futuro das suas famílias e pela estabilidade dos seus postos de trabalho. O clima entre os trabalhadores continua tenso, mas organizado, com apelos à intervenção do governo provincial e do Ministério do Trabalho.
Este incidente levanta preocupações sobre a fiscalização das atividades de empresas estrangeiras em Moçambique, especialmente no setor mineiro, que frequentemente enfrenta denúncias de exploração, más condições laborais e negligência contratual.
Atualização: As autoridades prometem divulgar nos próximos dias os resultados preliminares da investigação e anunciar medidas para garantir justiça e proteção aos trabalhadores afetados.
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